This is Not a Void

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009


O polêmico vazio da 28ª Bienal de São Paulo gerou diversas repercussões, desde críticas e elogios até uma exposição em resposta ao esvaziamento do espaço. A Galeria Luisa Strina apresenta até 22 de janeiro This Is Not a Void. Com curadoria de Jens Hoffmann, diretor do Wattis Institute for Contemporary Arts de São Francisco, a mostra se apresenta como boa resposta a atitude do curador Ivo Mesquita.

Trata-se de um conjunto de obras sutis, que aparentam nem estar lá. Entre os 37 artistas presentes estão Artur Barrio, Marcel Duchamp, Jac Leiner e Robert Morris.

Quanto entra-se na galeria, o espaço realmente parece estar vazio, porém o curador explorou essa idéia enchendo-o de arte imaterial, provando que o vazio não precisa estar literalmente esvaziado.

São obras que trabalham além da materialidade e exploram os limites da arte através de luz, sombra, som e cheiro, fazendo com que o espectador tenha que procurar atento pelos trabalhos cujos nomes são escritos em tinta preta na parede negra. É uma exposição quase que invisível.

David Lamelas, por exemplo, trabalha com um foco de luz que destaca o nada. Já Jac Leiner apresenta como obra duas pequenas sedinhas. Artur Barrio mostra uma frase escrita na parede que questiona a tematização das exposições. Existem ainda muitos outros trabalhos a serem descobertos, como se estivessem camuflados na galeria.

This is Not a Void explora os parâmetros de como expor e da percepção do interlocutor e questiona a relação arte-espectador. Este, ao invés de encontrar objetos que se exibem no espaço, deve procurar atento pelas obras envolvidas por grande sutileza, o que até deixa uma duvida no ar de se realmente seriam obras de arte.

This is Not a Void
Galeria Luisa Strina
Rua Oscar Freire, 502
Tel: (11) 3088-2471

2 comentários:

João Villaverde disse...

Esse é um grande debate e a idéia do Jens Hoffmann vai exatamente nesse sentido. Com isso se discute muito mais os rumos da arte - desde o tema levantado no fim do texto sobre se as obras expostas seriam realmente arte até a exposição em si. O texto está muito bacana, bom de ler. Beijos

Anônimo disse...

Veja:

www.arturbarrio-trabalhos.blogspot.com