Última semana de Antonio Bandera no MAC- USP

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009


Esta é a última semana da exposição de Antonio Bandeira, um dos primeiros e maiores expoentes da arte abstrata no Brasil. Trata-se de um panorama da obra do artista cearense que contém 140 obras, entre esboços, desenhos e telas. A mostra revela a transformação do trabalho deste grande artista e parece estudar seu processo criativo, desde as composições figurativas até o abstracionismo com que ele trabalhou posteriormente.

As obras expostas condizem com o título da mostra, Desconfigurações. As composições de Bandera, pequenos desenhos figurativos nos quais os traços se envolvem dando um aspecto abstrato, parecem estudos de interpretações do corpo humano, desconfigurações que evoluiriam para a abstração.

Já as telas em nanquim e aquarela, como Monsiueur Icaro Tombe Du Ciel, mostram um caráter mais expressionista na obra do artista, porém com os detalhes e a delicadeza dos traços finos de nanquim.

Bandera foi um artista autodidata que, em 1945, adquiriu uma bolsa de estudos na a Escola Superior de Belas Artes e na Académie de La Grande Chaumière em Paris, onde entrou em contato com o contexto da arte internacional e o abstracionismo informal. Sua obra, porém, diferencia-se das obras abstrata mais conhecidas pelo caráter particular do artista de introduzir alguma formas reconhecíveis e traços sutis, o que difere as telas da brutalidade gestual do expressionismo.

Desconfigurações é uma mostra que permite ao espectador tentar entender a maneira de pensar e sentir de Antonio Bandera através da própria produção do artista. A visita vale também uma boa olhada no maravilhoso acervo que o MAC tem.

Antônio Bandeira - Desconfigurações
Curadoria José Guedes e Roberto Galvão

Encerramento 01 de fevereiro de 2009

Funcionamento terça a sexta das 10 às 18 horas, sábados e domingos das 10 às 16 horas

Local MAC USP Cidade Universitária - Rua da Reitoria, 160 Telefone11 3091.3039 Agendamento11 3091.3328 Entrada franca

Galeria Borghese

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Um dos lugares mais lindos que eu já visitei, a galeria Borghese fica no final de um longo jardim e é preciso fazer reserva para entrada com antecedência.
Obras de Bernini impressionam por expressar a descoberta do corpo, da anatomia , o movimento , e o mais incrível , das sensações. Dentre essas obras deslumbrantes, estão as esculturas : “ O rapto de Perséfone” e “Apolo e Daphne”.
Contam-se cobre essas lendas: na primeira , Ades, deus do subterrâneo, veio um dia à superfície e viu Perséfone passeando com sua mãe. Ao se apaixonar perdidamente por ela, levou-a consigo para ser sua esposa.
Paralelo a isso, a mãe de Perséfone, transtornada, parou de molhar as plantas, deixando-as secar e , desesperada, recorreu a Zeus para que trouxesse a filha de volta.
Zeus interviu, e em acordo com Ades, definiu-se que Perséfone ficaria 6 meses na superfície e 6 meses no subterrâneo.
Assim, criaram-se as estações do ano, nos meses em que Perséfone estava com Ades, fazia-se outono e inverno, quando estava com a mãe, tudo florecia e vinha então o verão e a primavera.
Sobre a segunda: Diz-se que Apolo , numa brincadeira com o cúpido, foi flechado e se apaixonou pela jovem Daphne. Essa, sabendo da fama de mulherengo de Apolo, desesperou-se e preferiu se transformar em árvore( significado de seu nome) do que se render ao amor de Apolo. A estátua é a figura dela nos braços dele, tornando –se uma arvore, cheia de folhinhas maravilhosamente esculpidas em mármore! O movimento dela se contorcendo, é uma coisa enlouquecedora, é quase como se ganhassem vida.
Esse programa é necessário e você pode encontrar tickets no site :
http://www.rome-museum.com .

Pra quem gosta das obras de Bernini ( que são absolutamente deslumbrantes), a cabeça de Medusa, (que é igualmente surpreendente :seu rosto cheio de expressão e seus cabelos de serpentes) está exposta no Musei Capitolini.O acesso a ele se dá pela praça projetada por Michelangelo, o Campidoglio. Vale a pena conferir, nele também estão expostas algumas esculturas montadas como um patchwork de pedaços de obras antigas que tornam a restauração, uma forma de criar novas obras!

Quero agradecer a todos que comentam aqui.
Até o próximo post, beijinhos.

This is Not a Void

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009


O polêmico vazio da 28ª Bienal de São Paulo gerou diversas repercussões, desde críticas e elogios até uma exposição em resposta ao esvaziamento do espaço. A Galeria Luisa Strina apresenta até 22 de janeiro This Is Not a Void. Com curadoria de Jens Hoffmann, diretor do Wattis Institute for Contemporary Arts de São Francisco, a mostra se apresenta como boa resposta a atitude do curador Ivo Mesquita.

Trata-se de um conjunto de obras sutis, que aparentam nem estar lá. Entre os 37 artistas presentes estão Artur Barrio, Marcel Duchamp, Jac Leiner e Robert Morris.

Quanto entra-se na galeria, o espaço realmente parece estar vazio, porém o curador explorou essa idéia enchendo-o de arte imaterial, provando que o vazio não precisa estar literalmente esvaziado.

São obras que trabalham além da materialidade e exploram os limites da arte através de luz, sombra, som e cheiro, fazendo com que o espectador tenha que procurar atento pelos trabalhos cujos nomes são escritos em tinta preta na parede negra. É uma exposição quase que invisível.

David Lamelas, por exemplo, trabalha com um foco de luz que destaca o nada. Já Jac Leiner apresenta como obra duas pequenas sedinhas. Artur Barrio mostra uma frase escrita na parede que questiona a tematização das exposições. Existem ainda muitos outros trabalhos a serem descobertos, como se estivessem camuflados na galeria.

This is Not a Void explora os parâmetros de como expor e da percepção do interlocutor e questiona a relação arte-espectador. Este, ao invés de encontrar objetos que se exibem no espaço, deve procurar atento pelas obras envolvidas por grande sutileza, o que até deixa uma duvida no ar de se realmente seriam obras de arte.

This is Not a Void
Galeria Luisa Strina
Rua Oscar Freire, 502
Tel: (11) 3088-2471

Paraiso artificial?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

É verão, ano novo e férias! Irei aproveitar o clima de viagem e falar de umas das mais recentes cidades turísticas do mundo: Dubai.
Com suas praias e neves artificiais Dubai é um mega empreendimento nos emirados árabes como solução para ganhar dinheiro após o possível término do petróleo. A cidade é um grande resort, com hotés mágicos, bares restaurantes e shoppings centers e possui 33% do seu PIB em turismo.
Dubai é um dos frutos do capitalismo selvagem e exibe as maiores artificialidades do planeta, cada vez mais espetacularizada e temática! Com boa parte ainda da cidade em construção, ela é quase toda um imenso canteiro de obras, e possui 30 % dos guindaste do mundo em seu solo. São os trabalhadores do Paquistão, India, Afegnistão que criam esse cenário artificial, debaixo de um clima hostil, e moram em cidades satélites próximas a Dubai.
O jornalista Julio Abramczyk, redator-médico da Folha, diz: "É um paraíso no deserto para os arquitetos. Dinheiro para projetos arrojados não falta. ". Diante de tanto dinheiro podia ter um pouco mais de bom gosto, mas o que quero colocar aqui não é discussão de estilo, nem de beleza. Falar de Dubai é indagar como se deu seu surgimento, a velocidade das construções, a ousadia de cada projeto, e entender como que isso vai funcionar? Como que tanta artificialidade vai responder a demanda de uma vida cotidiana? Que tipo de cidade é essa? Para quem é essa cidade? Confesso que pouco sei, mas me intrigo com as noticias que vejo sobre Dubai. Queria conhecer pessoalmente para poder falar mais mal ou quem sabe defender esse “paraíso artificial”. Sim, Dubai tem a cara do mercado, e é a futura cidade dos investimentos e dos lucros.


Alguns Projetos:


Palm Island é um arquipélago artificial no formato de uma palmeira.->

Burj Dubai embora ainda esteja em construção será o maior arranha-céu do mundo. Superará não só o maior arranha céu do mundo, mas também a estrutura não suspensa por cabos em terra firme. <-
Burj Al Arab um dos edifícios contemporâneos mais prontamente reconhecíveis do mundo, em forma de uma vela ao vento se ergue graciosamente acima da costa ao sul de Dubai, sendo seu marco mais emblemático.

The World Serão 300 ilhas artificiais que, juntas e vistas de cima, formarão o desenho do mapa-múndi. Cada pedaço do globo estará à venda.

Hydropolis: Que pode não ser o primeiro hotel de luxo a ser construído debaixo d´água, pois já existe o Resort Poseidon na Flórida, mas certamente é o mais imponente e luxuoso de todos. Terá três partes, a estação de terra, o túnel de conexão e a área principal. A estação de terra será a recepção do hotel, além de um centro de pesquisas biológicas, restaurante e cinema, entre outros. Usando um pequeno trem os hospedes são levados até a área principal, que tem 220 suítes.