quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Pensando em exercitar o texto com vontade de expressar minhas impressões, pretendo postar sempre que encontrar alguma manifestação cultural interessante que me dê vontade de sugerir por aí. Assim, decidi que o meu primeiro post será sobre um show que vi há 2 semanas.
Na sexta-feira, dia 15, fui ao Teatro Centro da Terra assistir ao espetáculo Canções para Cortar os Pulsos, no qual Cida Moreira e André Frateschi cantam músicas de Tom Waits. Por uma grande falha cultural minha eu ainda não conhecia esse artista norte-americano e tive a oportunidade de ouvir apenas uma música no carro, a caminho do show, só para sentir o impacto da voz do cara. Fiquei curiosa para ver a interpretação que seria dada para aquela força toda.
Na sexta-feira, dia 15, fui ao Teatro Centro da Terra assistir ao espetáculo Canções para Cortar os Pulsos, no qual Cida Moreira e André Frateschi cantam músicas de Tom Waits. Por uma grande falha cultural minha eu ainda não conhecia esse artista norte-americano e tive a oportunidade de ouvir apenas uma música no carro, a caminho do show, só para sentir o impacto da voz do cara. Fiquei curiosa para ver a interpretação que seria dada para aquela força toda.
Chegando lá, me deparei com um cenário montado no palco: piano, poltrona, abajur, conhaque e charuto. No canto direito, uma foto de Tom Waits. Os dois artistas já estavam a postos e dividiam o charuto descontraidamente. Frateschi coloca um disco na vitrola e Cida avança para o piano e começa a tocar. De repente, solta sua voz feminina, porém tão forte quanto a de Tom. Um timbre que parece acariciar o ouvido para, logo depois, deslocá-lo do conforto com volume monstruoso. A noite já valia a pena a partir daí, porém, André Frateschi vem à boca de cena tocando uma pequena rabeca, em tom cômico, e entoa a música Rain Dogs com sua voz maravilhosamente grave e bem colocada para a situação.
O show segue assim, com esses revezamentos e os ouvidos da platéia se deliciam quando os dois entoam a mesma música juntos. Sempre em um ambiente teatral, com a iluminação baixa e a sensação de estar na sala escura de uma casa, o espetáculo traz uma força incrível, no qual Tom Waits foi muito bem homenageado por estes dois artistas que, segundo eles próprios, fazem arte a partir de música estranha aos ouvidos. Um espetáculo bruto e delicado, que através dos timbres graves e “arrouqueados” podem trazer o espectador às lágrimas.
Pode parecer que exagerei, mas aconselho-os que confiram e depois comentem aqui o que acharam. Eu fiquei extremamente surpresa com o que vi, foi daquelas poucas e boas noites em que você sabe que está onde devia estar.
Canções para Cortar os Pulsos está em cartaz de 23/11 a 16/12 no Espaço Viga (R. Capote Valente, 1323 – São Paulo)